sábado, 31 de julho de 2010

Bethaniando através de Fernando Pessoa ou seria o contrário?

Sábado à noite e Ceruttinha - boêmia, amante dos bares da Lapa e Ipanema - em casa. E no melhor dos meus 28 anos ouço da minha sobrinha, de 18, que vai ao show do Monobloco: "Pô, tia, tá velha! Não quer ir ao Monobloco? Jura? Borracha fraca, hein!". Deus!... rs
Logo, minha velhice prematura me leva a buscar canções nos meus CDs, DVDs e no Youtube e me deparei com o "Poema do menino Jesus" que Bethânia declama maravilhosamente bem seguido de "Doce mistério da vida". Foi quase um momento de prece. Dividido aqui no Blog e no Twitter.

Boa noite e ótimo sábado!

Poema do Menino Jesus
(Fernando Pessoa)

Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como
uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.
Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez
menino, a correr e a rolar-se pela erva
A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a
ouvir-se de longe.
Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra
fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.
Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo
andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e
roubou três.
Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que
Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou
eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele
criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado
na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.
Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro
raio que apanhou.
Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança
bonita, de riso natural.
Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças
d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece.
Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares,
e foge a chorar e a gritar dos cães.
Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha
graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as
bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia.
A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar
para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há
nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas
quando a gente as tem na mão e olha devagar para
elas.
Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo
que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois
com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no
degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS
e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo
e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair
no chão.
Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos
homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri
dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir
falar das guerras e dos comércios.
Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da
minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o
lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo
materno até Ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de
noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar,
põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho,
sorrindo para os meus sonhos.
Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais
pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua
casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e
humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu
tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu
brincar.

domingo, 25 de julho de 2010

Antes que eu confunda o domingo...



Acordei cedo, tomei meu café da manhã já no vício matinal do twitter, depois o quintal me aguardava, Frida me aguardava, arranhando a porta da cozinha de onde ela sempre sabe que vem um pão torrado que é a isca para levá-la ao canil, e se faz de boba, finge não saber que será presa na "casinha" para ganhar a recompensa.
- Senta! Deita! Fica! - A cada dia ela atende aos comandos. Tão bonitinha.
Mas hoje era dia de banho. E assim começou, sabonete de neném (minha mãe diz que ela é a vira-lata mais fresca que conhece - shampoo de maçã verde, água espirrando pra todos os lados e ela pulando e lambendo tudo... no final, eu toda molhada e ela com cara de ops! Hora de secar, toalha, secador, sol... hora de limpar a bagunça, varrer o quintal... Enfim, a hora do meu banho!
A cozinha me espera! Picanhas, linguiças, queijos, temperos! Hora de deixar a comida do avesso e recheada, literalmente! Tudo embalado, no forno! 40 minutos! Parece uma eternidade! Tempo de ler o jornal, ligar a TV, ouvir minha mãe reclamar umas 986867465476987 vezes das mesmas coisas, mas não estar escutando uma palavra e ficar pensando se faço ou não farofa de ovo.
O silêncio agora e por enquanto ainda reina pelos meus corredores, mas será só até o horário de almoço, a Tropa de Elite tem pontualidade britânica! Chegam as 12:00! Irmã, sobrinhos, agregados... é um povo que grita, come, ri, conta piada, pergunta "cadê o geloooo?".
Domingo na minha casa é assim.
Bom domingo pra todos!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Divulguem! Por um sorriso!


Seguindo os passos do @vidadedentista e da @StellaMariis, no twitter. aderi à campanha aqui no Under Pressure!
Uma ação leva ao sorriso e que modifica a vida de uma criança!
http://www.operationsmile.org.br

terça-feira, 20 de julho de 2010

Moskeando!


Meus amigos sabem da minha paixão pelo Moska, estou aqui com o CD novo, "Muito e Pouco" são tão bons que não consigo parar de ouvir. Os CDs ficam no carro, já coloquei no pen drive que me acompanha a qualquer lugar.
Acordei tão cedo hoje que estou aqui revendo um dos programas de Zoombido, que passa no Canal Brasil e, religiosamente, coloco pra gravar. Rogério Flausino cantando "dias melhores" sem gritar, em um tom completamente diferente do habitual, fez-me descobrir que existe vida além do Jota Quest, não que eu não goste da banda, não é isso, sempre fico cantarolando uma musiquinha ou outra, mas é que Flausino e violão foram na dose certa, ainda mais em dueto com o Moska! Aliás, pra quem gosta! Outro ponto alto musical de um dos programas é a canção "Menina Veneno" mais uma vez em dueto do Ritchie com o apresentador do programa. Ao final desta frase ouço Thais minha amiga dizendo: "Alinezinha, você tá ouvindo Ritchie? É grave? Descobriu quando?", calma, Tatá! Há vida musical depois de "ouvir passos na escada e ver a porta abrir!"
Agora me despeço ouvindo "Waiting for the sun to shine"... meu dia está brilhando há tempos e Frida late descontroladamente querendo que a leve para o passeio matinal, mas ficará para noite.
Beijos!

sábado, 17 de julho de 2010

E igual a esta, a Doutora, faz?



A falta de tempo por causa do trabalho e um pouco de preguiça tem me feito não vir aqui. Sim, confesso! Antes escrevia toda semana, muitas vezes, todos os dias. Hoje, peguei-me a pensar: será que estou sem assunto ou me abdicando de dar opinião sobre o que leio, ouço, vejo? Fato que não tenho estômago para Bruno, Eliza, Mizael e Mércia. É violência e perversidade demais. Não dá. Já me basta a enxurrada nos jornais, twitter e afins.

Esta semana, lembrei-me de um fato engraçado que aconteceu há mais ou menos 2 anos no meu consultório. Então resolvi escrever...
Último horário no meu consultório, não havia mais pacientes marcados, minha secretária e eu já com as bolsas arrumadas, jaleco no cabide, material estéril na autoclave secando, bancada e equipo limpos. Eis que a campainha toca. Minha secretária abre a porta e eu sentada à mesa na sala de espera observo a senhora e uma moça, que depois me foi apresentada como sua filha.
Apresentou-me. Convido-as a se sentarem. Pergunto qual o motivo da visita ao dentista, então a senhora começa:
- Sabe Doutora, vim encaminhada por uma vizinha minha que fez a dentadura dela com a senhora e gostei da dela e quero fazer também. - eu explico que não precisa me chamar de senhora, pelos meus 26 anos e que não fazia questão do Doutora. Ela continua:
-Pois bem, eu quero fazer "uma chapa"nova. A que estou usando está "gasta", velha, com cara de suja.
Fiz a ficha cadastral e a encaminhei para a sala de exames. Realmente havia a necessidade de trocar as próteses explico cada detalhe a ela, fotografo e mostro as áreas de desgastes, que há perda de dimensão vertical. Voltamos para o escritório e explico mais uma vez e complemento com valores e tudo o que todo dentista deveria dizer na primeira consulta. Eu costumo perguntar aos pacientes se eles tem fotos sorrindo para que o sorriso fique o mais próximo do que estão habituados. E a senhora fala:
- Ah sim! Fulana me falou que a senhora, quero dizer, que você pede - risos - mas eu trouxe esta foto aqui e queria que meus dentes ficassem iguais a estes.
neste momento a Senhora que tinha 59 anos saca da bolsa algo parecido com uma página de revista dobrada e me entrega, eu com cara de ponto de interrogação aceito e abro, para meu espanto Ana Paula Arósio me sorri com os dentes tão brancos e olhos tão verdes que fico até sem ação. Depois de respirar fundo e disfarçar a minha cara de torpor digo:
- Minha senhora, eu sou uma simples dentista, ainda não estou fazendo milagres.
Minha secretária quase se engasgou com o copo d'água e a filha da senhora disse:
- Eu falei, mamãe, que isso não existia!
Neste momento, sorrindo para a pobre senhora que encontrava-se com olhar desiludido, explique que cada pessoa tem sorriso próprio, que varia de acordo com tipo de rosto, cor de pele, formato dos dentes e que o que poderia ficar bem na Ana Paula, talvez ficasse estranho nela e que eu faria de tudo para que ela ficasse com um sorriso bonito, porém que combinasse com ela. Ela balançou a cabeça e disse que entendia e sorriu também.
Fizemos a moldagem no mesmo dia, as consultas se seguiram e enfim a senhora teve sua nova prótese com seu sorriso próprio. E ao se olhar no espelho falou:
- É Dra. Aline, não tô a Ana Paula Arósio, mas pelo menos as rugas foram embora! vão achar lá na rua que fiz plástica!
Eu já não dizia nada e só pensava na surreal primeira consulta. Até hoje, anexada na ficha desta paciente tenho a foto da Ana Paula Arósio, ficou como "souvenir" de início de carreira.
Odontologia muitas vezes é estressante, por prazos, pressão de paciente, atrasos de protético. Por outras, cheia de momentos divertidos e inusitados.
That's all folks!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Acabaram os feriados!


Depois de mto tempo sem postar, na eliminação da medíocre e prepotente seleção escalada pelo Dunga, vim aqui deixar a minha versão da musiquinha da Copa da Rede Globo!

Chupa, Dunga!
(Versão: Aline Cerutti)

Na torcida são milhões de treinadores

Pena que foi o Dunga a escalar a Seleção.

O dólar verdinho é a cor que os jogadores

Carregam no bolsão!

A galera compra vuvuzela e se agita

E tenta acreditar que vai ser um jogão.

No toque errado na bola, a fé vai embora

E o Brasil cantando vai pegar o avião:

Eu sei que vou

Vou embora que eu sei

Dunga escalou mto mal

Também sei

Acabou, sumiu!

Não tem mais feriado, puta que pariu!

Volta ao trabalho, Brasil!